segunda-feira, 25 de janeiro de 2010


Papiloscopia 


É a ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas existentes na palma das mãos e na sola dos pés, mais conhecida pelo estudo das Impressões Digitais.
   


Há várias evidências que mostram o interesse humano em impressões digitais na pré-história. Foi encontrado um desenho na Nova Escócia (fig.1) que mostra uma mão com uma impressão digital em espiral presumivelmente feita por nativos pré-históricos.
fig.1 - Desenho pré-histórico



Numa impressão papilar há particularidades anatómicas de carácter congénito que variam na sua apresentação, formato, dimensão, localização e direcção. Esses caracteres são chamados pontos característicos (fig.2), que diferenciam e individualizam cada impressão. São a base sólida na afirmação de identidade entre dois papilogramas(impressões formadas  pelas papilas dérmicas).

Todos esses detalhes anatómicos, as marcas e cicatrizes são sinais imutáveis presentes nas cristas papilares e permitem ao perito que analisa os papilogramas (papiloscopista), afirmar com precisão a identidade de um ser humano. 



                             Fig.2 - Papilograma com pontos caracteristicos em destaque


  • Requisitos exigidos para uma ferramenta de identificação

Todas as ferramentas de identificação possuem alguns requisitos fundamentais:

Unicidade: todos os indivíduos de todas as raças possuem impressões papilares;

Perenidade: surgem no 6º mês de vida fetal e só desaparecerem com a putrefacção da pele;

Imutabilidade: o desenho não se altera durante a existência do indivíduo;

    Variabilidade: o desenho papilar varia de pessoa para pessoa.


  • Ramos da papiloscopia
A Papiloscopia é dividida em quatro partes:

      Quiroscopia: processo de identificação por meio das impressões palmares;

      Podoscopia: processo de identificação por meio das impressões plantares;

      Poroscopia: processo de identificação por meio dos poros das papilas dérmicas;

      Datiloscopia: processo de identificação humana por meio das impressões digitais.
 
Impressões em locais de crime

As impressões em locais de crimes podem ser encontradas de três formas básicas:


Moldadas: quando as impressões são encontradas em materiais que permitem a modelagem em baixo relevo (massa de fixar vidro por exemplo), tendo o perito que fotografá-la aplicando uma luz oblíqua para produzir sombra nos sulcos do molde, revelando assim o desenho formado pelas cristas papilares e ou poderá moldar tal impressão com material apropriado como silicone ou gesso, por exemplo.


Visíveis: quando as impressões são deixadas visíveis no local por ter o agente manuseado substâncias como tinta, sangue, graxa, etc. sendo fácil a sua localização tendo no entanto o perito que fotografá-las para o estudo.


Latentes: São as impressões mais comuns por serem produzidas por substâncias segregadas pelo próprio corpo do agente como suor e gorduras.

A reprodução do desenho papilar no local de crime por meio da impressão latente, nem sempre é perfeita. Muitas vezes são fragmentos papilares deixados ocasionalmente sobre qualquer suporte pelo toque dos dedos, mãos e pés descalços que provam a presença da pessoa no local.

É necessário preservar o local de crime, para que seja possível recolher as impressões digitais em bom estado que muitas vezes podem identificar o autor.


Agentes reveladores

Para revelar impressões latentes, é necessária a aplicação de agentes químicos e técnicas especiais para manuseá-los:



Negro de Fumo: é um termo genérico usado para identificar uma ampla variedade de materiais carbonateis finamente divididos. É um dos materiais mais utilizados (aplicado em fundo branco, visto ser de cor escura), sendo aplicado por pulverização ou por meio de um pincel. As suas micro partículas aderem à mancha deixada pelas cristas papilares banhadas de suor e ou óleo revelando o desenho das papilas dérmicas.


Carbonato de chumbo: é um pó branco extremamente fino. É um dos materiais mais utilizados (em suportes de fundo escuro e transparentes) sendo aplicado por pulverização ou por meio de um pincel.

Nitrato de prata e vapor de iodo: materiais altamente corrosivos. São utilizados para revelar impressões digitais deixadas em papel.


Vapor de super-cola: um dos mais recentes métodos de detecção de impressões digitais é o vapor de cola (ou vapor de cianocrilato). O material é exposto ao vapor de cianocrilato por alguns minutos. A impressão digital aparece em leves contornos brancos visíveis a olho nu.


A grafite, o talco, a poeira e outros tantos pós extremamente finos podem ser utilizados para revelar impressões latentes, dependendo porém, da capacidade e conhecimento do perito na arte.


 







1 comentários:

Crime Scene disse...
Este comentário foi removido pelo autor.