Papiloscopia
Há várias evidências que mostram o interesse humano em impressões digitais na pré-história. Foi encontrado um desenho na Nova Escócia (fig.1) que mostra uma mão com uma impressão digital em espiral presumivelmente feita por nativos pré-históricos.
Numa impressão papilar há particularidades anatómicas de carácter congénito que variam na sua apresentação, formato, dimensão, localização e direcção. Esses caracteres são chamados pontos característicos (fig.2), que diferenciam e individualizam cada impressão. São a base sólida na afirmação de identidade entre dois papilogramas(impressões formadas pelas papilas dérmicas).
Todos esses detalhes anatómicos, as marcas e cicatrizes são sinais imutáveis presentes nas cristas papilares e permitem ao perito que analisa os papilogramas (papiloscopista), afirmar com precisão a identidade de um ser humano.
Fig.2 - Papilograma com pontos caracteristicos em destaque
- Requisitos exigidos para uma ferramenta de identificação
Todas as ferramentas de identificação possuem alguns requisitos fundamentais:
Unicidade: todos os indivíduos de todas as raças possuem impressões papilares;
Perenidade: surgem no 6º mês de vida fetal e só desaparecerem com a putrefacção da pele;
Imutabilidade: o desenho não se altera durante a existência do indivíduo;
Variabilidade: o desenho papilar varia de pessoa para pessoa.
- Ramos da papiloscopia
A Papiloscopia é dividida em quatro partes:
Quiroscopia: processo de identificação por meio das impressões palmares;
Podoscopia: processo de identificação por meio das impressões plantares;
Poroscopia: processo de identificação por meio dos poros das papilas dérmicas;
Datiloscopia: processo de identificação humana por meio das impressões digitais.
Impressões em locais de crime
As impressões em locais de crimes podem ser encontradas de três formas básicas:
Moldadas: quando as impressões são encontradas em materiais que permitem a modelagem em baixo relevo (massa de fixar vidro por exemplo), tendo o perito que fotografá-la aplicando uma luz oblíqua para produzir sombra nos sulcos do molde, revelando assim o desenho formado pelas cristas papilares e ou poderá moldar tal impressão com material apropriado como silicone ou gesso, por exemplo.
Visíveis: quando as impressões são deixadas visíveis no local por ter o agente manuseado substâncias como tinta, sangue, graxa, etc. sendo fácil a sua localização tendo no entanto o perito que fotografá-las para o estudo.
Latentes: São as impressões mais comuns por serem produzidas por substâncias segregadas pelo próprio corpo do agente como suor e gorduras.
A reprodução do desenho papilar no local de crime por meio da impressão latente, nem sempre é perfeita. Muitas vezes são fragmentos papilares deixados ocasionalmente sobre qualquer suporte pelo toque dos dedos, mãos e pés descalços que provam a presença da pessoa no local.
É necessário preservar o local de crime, para que seja possível recolher as impressões digitais em bom estado que muitas vezes podem identificar o autor.
Agentes reveladores
Para revelar impressões latentes, é necessária a aplicação de agentes químicos e técnicas especiais para manuseá-los:
Negro de Fumo: é um termo genérico usado para identificar uma ampla variedade de materiais carbonateis finamente divididos. É um dos materiais mais utilizados (aplicado em fundo branco, visto ser de cor escura), sendo aplicado por pulverização ou por meio de um pincel. As suas micro partículas aderem à mancha deixada pelas cristas papilares banhadas de suor e ou óleo revelando o desenho das papilas dérmicas.
Carbonato de chumbo: é um pó branco extremamente fino. É um dos materiais mais utilizados (em suportes de fundo escuro e transparentes) sendo aplicado por pulverização ou por meio de um pincel.
Nitrato de prata e vapor de iodo: materiais altamente corrosivos. São utilizados para revelar impressões digitais deixadas em papel.
Vapor de super-cola: um dos mais recentes métodos de detecção de impressões digitais é o vapor de cola (ou vapor de cianocrilato). O material é exposto ao vapor de cianocrilato por alguns minutos. A impressão digital aparece em leves contornos brancos visíveis a olho nu.
A grafite, o talco, a poeira e outros tantos pós extremamente finos podem ser utilizados para revelar impressões latentes, dependendo porém, da capacidade e conhecimento do perito na arte.
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