terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Mata ex-companheira a tiro à frente do filho
                  Vítima já tinha apresentado queixa às autoridades contra o agressor

SUSANA OTÃO, COM SANDRA BRASINHA

   Uma mulher, de 42 anos, morreu, ontem, segunda-feira, à porta de sua casa, no Pragal, em Almada, depois de ter sido atingida por vários tiros. O alegado homicida será o seu ex-companheiro que, depois de fugir do local, onde esperou pela mulher para a matar, terá tentado suicidar-se.

   Luísa Travanca, 42 anos, mãe de três filhos, morreu, ontem de manhã, à porta de sua casa, assassinada por um ex-companheiro, alegadamente insatisfeito com o final da relação. O seu filho mais velho, de 17 anos, terá presenciado tudo.

   Pelas 7.40 horas, Luísa preparava-se para sair do prédio, na Rua Luís Fernão Pimentel, no Pragal, em Almada, na companhia do filho mais velho, de 17 anos, para se deslocar para o trabalho, na Caixa Geral de Depósitos (CGD), em Lisboa. Mal abriu a porta do número 5, foram ouvidos vários disparos. Luísa caiu no chão, o filho, em pânico, refugiou-se no interior do prédio. O alegado atirador, Domingos R. , ex-companheiro da vítima, e autor dos disparos, colocou-se em fuga.

   Domingos R. vivia num prédio a poucos metros da casa da bancária e terá aguardado, no interior do seu automóvel, à porta de casa da mulher até ela sair do prédio e a abater à queima-roupa. "Ouvi, de certeza, quatro tiros. Quando fui à janela só vi a Luísa caída no chão. Foi horrível, começaram a juntar-se várias pessoas e muitas crianças", disse, ao JN, um vizinho, ainda abalado com o sucedido.

   O crime ocorreu numa zona residencial, defronte à Escola Secundária Fernão Mendes Pinto, numa altura em que começaram a chegar vários estudantes. "Ouvi uns estrondos e uma senhora no chão com sangue na cabeça", contou um aluno, colega dos dois filhos gémeos, com 13 anos, da vítima.

   O agressor, Domingos R., de 54 anos, fugiu do local, mas acabou por ser localizado, pouco depois, pelas autoridades. O homem dirigiu-se de automóvel à Fonte da Telha, a cerca de 10 quilómetros, e num local ermo tentou, também colocar termo à própria vida, dando um tiro na face. No entanto, não sucumbiu e, ontem, ao fecho desta edição, ainda se encontrava nos cuidados intensivos do Hospital Garcia de Horta, em Almada, sob observação.

   Ao que o JN apurou, Luísa Travanca tinha mantido um relacionamento, com Domingos R., que tinha terminado recentemente. O homem não teria aceite bem o final do namoro e já havia, inclusive, ameaçado de morte a ex-compenheira. "A Luísa já tinha apresentado queixa na PSP contra ele, porque já a tinha agredido e costumava ameaçá-la", salientou uma amigo, sob anonimato.

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